To Erick
I’m returning to my days before.
More sensitive, I’m looking for
Nothing, anymore.
I’m just enjoying living,
like I’ve never done.
And singign songs.
It’s so interesting to be alive,
I’m runnig blowing faster, deep, inside, my mind.
Wherever love is growing,
Everything around,
Will never die.
As long, as I can resist.
My hearth is up to your kiss.
And feeling free, I can roam, roam away.
How many days do I need?
To show my love, real, and clear,
You should be produ of your own.
I’ll never let you go away,
My soul is flying, wondering for better days.
It’s so exciting playing, every other day,
New funny game.
New crazy game.
Copyright Nara Lisbôa
1998
Archives : Paroles
(Português) Sao Paulo
um lustre de cristal bem no meu teto.
sao paulo, objeto indireto.
eu sei que eu consigo, o que sempre projeto,
mas nem sempre projeto, o que é certo.
sao paulo absorve a minha cama,
me suga me explora, me reclama.
eu sei que eu poderia, incendiar o quarto,
mas para que antecipar o fato?
cadê sao paulo? eu vi sao paulo,
mas nem sempre a cidade me inflama.
no brilho do metal, eu vejo chamas,
chamando, me mandando telegramas,
sao paulo, alamedas, mil noites sem programa,
eu finjo que a cidade me engana.
mil lentes, saturados fotogramas,
na maçaneta, branca porcelana,
poetas atuantes, profetas navegantes,
sao paulo absorve o meu drama.
nas chamas do metal, eu vejo sexo.
comportamentos loucos e conexos.
tao simples contingências, no mesmo universo,
sao paulo e o seu mundo incotesto.
no teto de cristal eu vejo drama,
sao paulo tortuosos fotogramas,
eu sei que eu conquisto, o meu proprio espaço,
mas tenho que dançar no seu compasso.
na branca, porcelana, maçaneta.
sao paulo, você é do meu planeta.
sao paulo amordaçada, por vezes, conformada.
sao paulo, passeando de lambreta.
cadê sao paulo? eu vi sao paulo!
sao paulo, labaredas flutuantes.
cadê sao paulo?
eu vi sao paulo!
alaranjadas, como diamantes.
Copyright Nara Lisbôa
1997
(Português) Faltou luz
Faltou luz na rua,
Eu olhei pro céu,
Ea saudade tua,
Me tirou o chapéu.
A cidade grande,
Dorme aborrecida,
Pra ver se descansa,
Dessez lida, lida.
Tao pouco vivo,
Sei quase nada,
tem do que vida,
é uma parada.
A sirene toca,
outros sons se somem,
na caneca o chopp,
faz um novo homem,
mais de sete horas,
mais de ano a toa,
vozes de senhora,
pingos de garoa.
tao pouco vivo,
sei quase nada,
tem do que vida,
é uma parada.
Falta alguém na roda,
e o que é que eu faço,
ja passou a moda,
de andar de braço,
que vantagem a minha,
te pregar a peça,
vou ficar sozinha,
orgulhosa a beça.
Copyright     Nara Lisbôa
1968
(Português) Esquisito
Esquisito pensar,
Que num fundo de voz,
Sempre ha um adeus.
Que num fim de verao,
Sempre ha um senao,
um porquê e a razao,
Que nem sempre chorar,
Tira o no da garganta,
Ou apaga uma dor.
Que um amor cura outro,
Até certo ponto,
Pois volta depois.
Esquisito demais,
é pensar que problemas,
So a gente tem.
Pois no fim da historia,
Me diga agora,
Quem é que nao tem?
Quem nao corta caminho,
Chega sempre atrazado,
Ao encontro marcado,
Das cinco pras seis.
Ja falei, ta falado,
Estou apaixonada,
O esquisito é por quem.
Copyrith Nara Lisbôa
1966
Sambaqui
Laraiaraia
J’habite sur la mer, ici
Larairaia
J’habite a Sambaqui
Pode se abanar
Eu durmo a beira mar
So pra te explicar
Eu amo a beira mar
Em Sambaqui
Noite de luar
Um brilho em Sambaqui
So pra incomodar
Nao vou sair daqui
Baixo Santo Antonio
O pao da Maribel
Vou jantar no Janga, na lua no teu céu
Em Sambaqui
Laraiaraia
O céu é bem aqui
A lua de mel
Foi feita em Sambaqui
Laraiaraia
Je vais rester ici
Vous savez pourquoi?
Hereuse a Sambaqui
1988
Cpyright nara Lisbôa
Fais gaffe
Cuidado com o que você pensa, garoto
Cuidado com sua cabeça
Cuidado com o que você cheira, garoto
Cuidado com a sua crença
Nem tudo é o que parece, se fie
E pode parecer que é belo
Pra baixo todo santo ajuda, anhan
E preto nao é amarelo
A lalaauelalaauelala
Cuidado com o que você fuma, se informe
Cuidado com a consciência
Quem cala nem sempre consente, quem dorme
Conhece o que é paciência
E aquilo que parece torto, as vezes
Navega noutra inocência
E quem so segue em linha reta, parece
Nao adquire experiência
Alalauelalauelaiala
Cuidado com o que você come, rapaz
Ou você pega uma doença
Cuidado com o que você quebra, garoto
A vida é uma doce essência
Ficando em cima do muro, você
Redobra sua inconsciência
E a alma pesa muito pouco e dizem
Nao vale pela aparência
Alalauélalauélalallalalalal
Copyright  Nara Lisbôa
(Português) Saudade do Brasil
Saudade do Brasil
Nao tem hora marcada
E eu que nao tenho mae
So tenho a patria amada
Quem vem doutro pais
mora no estrangeiro
Fingindo que é feliz
Num quarto sem chuveiro
Modesta meretriz
Morando num puteiro
Meninos travestis
Sangrando seus joelhos
Eu venho dum pais
Que é sol o ano inteiro
Sinto no meu nariz
Saudades do teu cheiro
Vivr noutro pais
é ser um estrangeiro
onde o memso l’argent
vale o memso dinheiro
tem o pobre da vez
em outra farofada
pois mesmo em francês
so muda a calçada
é tao pouco sorriso
em dentes tao inteiros
até no paraiso
tem cinza no cinzeiro
tem sempre um coraçao
com flexa no banheiro
na boca um palavrao
que é dito em estrangeiro
grudado um chiclete
num sujo corrimao
pagando um boquete
pra nao sujat a mao
carrega a baguete
embaixo do sovaco
e a corda arrebenta
do lado do mais fraco
copyright  Nara Lisbôa
(Português) Sapo
Ando rindo pela rua
Ando apaixonada, no mundo da lua
Tudo aconteceu
Assim tao derepente
Tudo tao bonito
Fiquei tao contente
Mas so durou um dia
O principe encantado
Acordou um chato
Tudo era fantasia
Ele era um sapo
Ando vindo pelas ruas
Pelas magrugadas
Me sentindo nua
Vou assim levando
Vou contra a corrente
Esse meu caminho
E tao diferente
Mas ha de haver o dia
Que sou vou andar
Em boa companhia
Como diz o ditado
Melhor andar so
Que mal acompanhado
E aquele principe encantado
Era mesmo um chato
Copyright Nara Lisbôa
(Português) Blues 2003
Cadê a porta
Quero voar
Nunca mais volto
Pra esse lugar
Nao me dao tempo
Cortam a luz
Me sinto assim
Na cruz
Ano passado
Foi tudo igual
Tao apertado
E o vil metal
Nao apareceu
na minha rua
E eu me sentindo nua
Mesmo acuada vou até o fim
Ninguém me segura
Eu sou memso assim
Eu ando bem fundo
Vou como um leao
Eu vou mergulhando
No seu coraçao
To contra a parede
To sem saida
As vezeseu vejo
Você na minha vida
E as vezes eu sonho
Em preto e branco
Como merda em tamanco, branco
Copyright Nara Lisbôa